Segundo pesquisa, 44% das empresas familiares no mundo não têm plano de sucessão

Preparar o momento da passagem de comando da empresa é tão importante quanto à definição dos sucessores. Segundo pesquisa global da PwC (Price Water House Cooper)de 2018, 44% das empresas familiares no mundo não têm plano de sucessão. Esse dado, segundo especialistas, reflete a consciência de longevidade do negócio e sem essa preparação empresas correm riscos de perderem o rumo dos negócios. Das que se planejam, apenas 12% chegam a terceira geração. Em outra pesquisa realizada pela PwC e IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), no ano passado, o número é ainda maior. Das 279 empresas brasileiras que participaram da pesquisa, 72,4% afirmaram não terem um plano de sucessão para cargos-chaves. “Os dados nos dão uma visão interessante das oportunidades de melhoria e desafios que as empresas familiares enfrentam a cada geração. Como temos observado, o dinamismo dos negócios aliado às evoluções, inovações “techs” e mudanças comportamentais da sociedade, são variáveis cruciais a serem monitoradas na atualidade. E devem fazer parte do contexto de análise e estratégia quando abordamos implementação da governança corporativa e principalmente sucessão”, explica Frank Koji Migiyama, sócio da FKConsulting.PRO – Consultoria Boutique especializada em Melhoria de Desempenho, Turnaround, Reestruturação, Recuperação Judicial, Gestão Interina, Governança Corporativa / sucessão.

Segundo o especialista, o impacto da sucessão é menor em empresas que já têm uma estrutura organizacional bem formada. O desejo de fazer parte dos negócios da família é o primeiro passo. Na maioria das empresas familiares, os herdeiros têm contato ainda cedo com a empresa. É o caso dos herdeiros da Sivat, empresa que atua no mercado de abrasivos especiais.“Há algum tempo o proprietário da empresa solicitou o planejamento sucessório com vista a ser implantado até 2023. O plano já está delineado, mas aguardamos algumas tomadas de decisões da família para colocar em prática”, explica Eduardo Fernandes, Ceo da Sivat.

Negócios familiares quando são passados por herança podem gerar conflitos, uma vez que os herdeiros não tiveram a oportunidade de se escolherem mutuamente ou nem terem tido contato antes com o negócio. Já nas empresas onde há um alinhamento prévio e uma vontade em dar continuidade, a sucessão pode ser mais eficiente. Segundo Eduardo Fernandes, a não atuação dos herdeiros em alguns momentos pode ser um limitador nas tomadas de decisões nos negócios, por não acompanharem dia a dia da empresa. “Torna-se um ponto negativo a não atuação dos herdeiros diretamente nos negócios, sendo necessário um trabalho mais lento o esclarecimento e convencimento de todos. As intervenções dos familiares, por não atuarem diretamente nos negócios, acabam tomando um tempo maior para as tomadas de decisões. Por medida de cautela, tendem a não aceitar algumas situações de imediato”, comenta Eduardo.

A pesquisa também revela um dado positivo entre os brasileiros. As famílias têm boas perspectivas para o futuro de suas empresas, sendo que 69,2% afirmam ter intenção de expandir o negócio atual. Somente 6,8% pensam em sair do negócio e 4,3% em diminuir a participação da família. Na Sivat, o dado confirma essa tendência. “Uma postura positiva é a necessidade de realizar o planejamento sucessório, colocando em prática o mais breve possível. Em 2017, iniciamos o delineamento do plano”, finaliza Eduardo. Para especialistas, é fundamental existir uma unidade ou consenso de interesses entre os herdeiros. “Quando desenvolvemos nosso trabalho dentro das empresas familiares, o grande foco é aumentar a rentabilidade dos negócios e estruturar junto com a gestão, processos robustos de estratégia e principalmente sua execução. Em alguns casos, este trabalho de melhoria, reestruturação e governança corporativa, acontece em um ambiente de estresse financeiro e operacional, exigindo de todos maior empenho para vencer os desafios correntes e futuros, finaliza Frank Koji Migiyama.

Eduardo Fernandes – CEO da SIVAT

https://veja.abril.com.br/economia/dino/segundo-pesquisa-44-das-empresas-familiares-no-mundo-nao-tem-plano-de-sucessao/

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